"...brilhe a vossa luz diante dos homens,
de modo que, vendo as vossas boas obras,
glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu."
(Mt 5, 16)

São vários os cristão alentejanos,
ou com profunda relação ao Alentejo,

que se deixaram transformar pela Boa Nova de Jesus Cristo
e com as suas vidas iluminaram a vida da Igreja.
Deles queremos fazer memória.
Alguns a Igreja já reconheceu como Santos,
outros estão os processos em curso,

outros ainda não foram iniciados os processos e talvez nunca venham a ser…
Não querendo antecipar-nos nem sobrepor-nos ao juízo da Santa Mãe Igreja,
queremos fazer memória destas vidas luminosas.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Na Escola de Madre Isabel
"...brilhe a vossa luz diante dos homens, de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu" (Mt 5, 16). Esta frase de São Mateus, pode ajudar-nos a entender o porquê da santidade na vida da Igreja. Por um lado, glorificar a Deus pelas maravilhas que realiza na vida daqueles que são dóceis e acolhem a Sua Vontade. Por outro lado, apresenta-nos vidas de homens e mulheres, como nós, sujeitos às mesmas dificuldades, tentações, alegrias e tristezas, realizações e fracassos… que acolheram e se deixaram conduzir por Deus e deixaram um rasto de luz. Se aprendermos deles, também em nós Deus poderá realizar coisas grandes, também nós podemos deixar um rasto de luz.
Em Madre Isabel, vejo claramente e duma forma profética, a realização daquele apelo do venerável Papa João Paulo II, no início do Terceiro Milénio: mais do que “falar” de Deus, “mostrar” Deus: “…sem se darem conta, pedem aos crentes de hoje não só que lhes «falem» de Cristo, mas também que de certa forma lh'O façam «ver». E não é porventura a missão da Igreja reflectir a luz de Cristo em cada época da história …?” (João Paulo II, Novo Millennio Ineunte, 16)
Como no tempo de Jesus, a Humanidade de hoje “procura” (cf. Mc 1, 37) e “tem sede” de Deus. E, mesmo que disso não tenha consciência, precisa e quer que os discípulos de Jesus lhe mostrem o Senhor. Como Tomé, só acredita se vir, na vida dos discípulos, as marcas do Ressuscitado. Que ela, a Humanidade O reconheça, com Ele se encontre e pelo Seu Amor se deixe tocar, é um dos apelos mais profundos que brotam no coração de Madre Isabel: “…os pecadores se convertam, os tíbios se afervorem e os justos se santifiquem cada vez mais e Vos amem com todo o ardor do seu coração…” (Madre Isabel).
Madre Isabel não perdeu tempo, teve pressa e deixou ecoar no coração e na vida a palavra do Apóstolo Paulo: “Este é o tempo favorável, este é o dia da salvação” (2 Cor 6, 2). Lançou-se na “Divina Aventura” de MOSTRAR JESUS, com a vida: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20), a Serva de Deus percebeu que, a sua vida não se podia confundir com a daqueles que colocavam Deus à margem.
Madre Isabel, recebeu de Stª Beatriz uma forma muito concreta de tornar visível aos olhos dos demais, o amor de Deus e de crescer na santidade. Essa forma é MARIA: "Maria apenas tem conhecimento da Vontade do Criador submete-se, não calculando as consequências .... A Vontade do Senhor é a sua. Não pretende saber o que dela resultará, quais as alegrias que daí advirão... O amor tudo simplifica... Tal é o caminho que deve tomar a Irmã Concepcionista ao Serviço dos Pobres, tal é a vocação especial a que Deus a chama: seguir as pisadas de Maria" (Madre Isabel).
Sempre que penso na vida de Beatriz e de Isabel, com frequência me vem à memória uma frase de São Paulo aos Gálatas, mas com uma pequena adaptação: Já não sou eu que vivo, mas é … Maria que vive em mim (cf. Gl 2, 20). Reproduzindo Maria nas suas vidas, Isabel e Beatriz, testemunharam Jesus Cristo de uma forma assombrosa, pois Maria vive em função de Jesus, de O dar e para todos a Ele levar. Assim o viveram e fizeram estas duas extraordinárias alentejanas. Na Escola de Madre Isabel, aprendemos, da Virgem “Cheia de Graça” (cf. Lc 1, 28) a amar a virtude e a detestar o pecado, por mais leve e insignificante que seja. Na Escola de Madre Isabel, aprendemos a verdadeira devoção à Virgem Imaculada, que consiste na firme e inviolável adesão à Senhora vestida de sol, coroada de estrelas e com a lua debaixo dos pés (cf. Ap 12, 1). Aprendemos a conformar a nossa maneira de viver com a da Mãe de Deus, a ser outra “pequena Maria”, a “gerar” Jesus e dá-L’O ao mundo. E isto, acolhendo gozosamente o pedido de Maria em Caná da Galileia, "«Fazei o que Ele vos disser!»” (Jo 2, 5), vivendo «DA» e «NA» Vontade de Deus.
É difícil reter e colher completamente o trabalho da Graça na vida da Serva de Deus. Todavia, há algumas características, que me parecem podem retractar, com mais precisão, a vida desta mulher forte e completamente abrasada pelo amor de Deus. Características com as cores e o perfume de Maria, a Imaculada, a “Totta Pulcra”. O Testamento Espiritual de Madre Isabel pode introduzir-nos suavemente na sua Escola, na sua forma de “DAR” Jesus há Humanidade. Forma essa que, lhe foi plantada no coração pelo Espírito Santo.
P. Marcelino José Moreno Caldeira
In «Seara dos Pobres», nº 58 – Abril/Maio/Junho – ano 2011

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