"...brilhe a vossa luz diante dos homens,
de modo que, vendo as vossas boas obras,
glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu."
(Mt 5, 16)

São vários os cristão alentejanos,
ou com profunda relação ao Alentejo,

que se deixaram transformar pela Boa Nova de Jesus Cristo
e com as suas vidas iluminaram a vida da Igreja.
Deles queremos fazer memória.
Alguns a Igreja já reconheceu como Santos,
outros estão os processos em curso,

outros ainda não foram iniciados os processos e talvez nunca venham a ser…
Não querendo antecipar-nos nem sobrepor-nos ao juízo da Santa Mãe Igreja,
queremos fazer memória destas vidas luminosas.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Vontade de Deus
"«Eis o que eu quero: fazer a vossa vontade. Quero aceitá-la com amor, peço-Vos que ela se faça em mim. Venha o que vier, será uma doce manifestação do vosso amor, e eu creio nesse amor. Oh, quem me dera que a minha vida fosse única e exclusivamente o cumprimento de vossa vontade! Por isso anseio»."
Servo de Deus
D. Manuel Mendes da Conceição Santos
Arcebispo de Évora

in "Coragem e Confiança (Pensamentos de Orientação Espiritual)", pg. 168.

domingo, 28 de novembro de 2010

Leitura aconselhável:
DUQUE, José Félix,Dona Beatriz da Silva, Vida e Obra de uma mulher forte”, Edições Labyrinthus, 2008.

Pedidos a:
Edições Labyrinthus
ou:
Monjas Concepcionistas
Mosteiro da Imaculada Conceição
7370-116 CAMPO MAIOR
santabeatriz@sapo.pt


sábado, 27 de novembro de 2010

Leitura aconselhável:
DOMINGUES SJ, Ernesto, "Raízes terrestres de 40 MÁRTIRES", Separata do «Mensageiro» Braga, 1971.

Pedidos a:
P. João Caniço sj
Causa de Canonização dos Mártires do Brasil
Estrada da Torre, 26
1750-296 LISBOA (Portugal)
amar.servir@mail.telepac.pt

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Leitura aconselhável:
DA SANTÍSSIMA TRINDADE, Maria Isabel, "Lembrai-vos sempre: Escritos - Carisma - Espiritualidade", Editorial Franciscana, Braga, 1995.

Pedidos a:
Editorial Franciscana
Areal de Cima - Montariol
Apartado 1217
4710 BRAGA
ou:
Postulação: Madre Maria Isabel da Santíssima Trindade
Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres
Rua Francisco da Silva, 9 C
7350-272 ELVAS

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Leitura aconselhável:
DA SOLEDADE, Maria, "Velas ao largo, uma página de Epopeia", Editor A. Santiago, S.J., Braga, 1970.

Pedidos a:
P. João Caniço sj
Causa de Canonização dos Mártires do Brasil
Estrada da Torre, 26
1750-296 LISBOA (Portugal)
amar.servir@mail.telepac.pt

domingo, 21 de novembro de 2010

"Vá passando estes dias na expectativa da grande festa do Rei, peça-lhe que entre triunfalmente na sua alma e seja nela o único Senhor."
Servo de Deus
D. Manuel Mendes da Conceição Santos
Arcebispo de Évora
in "Coragem e Confiança (Pensamentos de Orientação Espiritual)", pg. 11o.

sábado, 20 de novembro de 2010

Jesus...
"Ter saudades de Jesus é já amá-lo, e aceitar jubilosamente a sua vontade, ... é recebê-lo, porque ele prometeu vir à alma que o ama. ... fale-lhe e agradeça-lhe a sua presença, mostre-lhe que só nele se fia e que pode contar consigo. Ame a Jesus por Jesus: a sua pessoa, o seu sentimento, o seu gosto são coisas que não contam. Ele, e só ele, como ele quiser. Abismar-se-à assim cada vez mais na vontade divina, que é oceano de amor."
Servo de Deus
D. Manuel Mendes da Conceição Santos
Arcebispo de Évora
in "Coragem e Confiança (Pensamentos de Orientação Espiritual)", pg. 9.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

CONGRESSO INTERNACIONAL
Ordem da Imaculada Conceição
500 anos
Fátima, 14 a 16 de Outubro de 2011

Apresentação do Congresso

No dia 17 de Setembro de 1511, o Papa Júlio II, através da bula “Ad statum Prosperum”, aprovou a Regra da Ordem da Imaculada Conceição, fundada por Santa Beatriz da Silva, uma Santa que constitui um motivo de glória não apenas para a Igreja mas também para Portugal e para o mundo. Trata-se da única portuguesa fundadora de uma Ordem Religiosa que conta hoje com 148 mosteiros espalhados pela Europa, Ásia e América, 74 dos quais em Espanha e 2 em Portugal.
Vamos celebrar jubilosamente com um Congresso Internacional o Quinto Centenário de tão importante evento que congregará um grupo de estudiosos para nos darem a conhecer a personalidade de Santa Beatriz da Silva e o percurso histórico da Ordem Monástica por ela fundada. As várias aproximações históricas e testemunhais que se esperam dar-nos-ão um contributo sério para contextualizar os carismas e o sentido da vida contemplativa como expressão humana, cultural e religiosa. Neste evento cultural, aberto a investigadores das áreas da história, da sociologia e das múltiplas expressões religiosas, acolheremos com particular atenção jovens investigadores que por essas áreas do saber mostram particular interesse.

Página Web do Congresso:
http://www.oic500anos.com/

Leitura aconselhável:
FRANCO, Padre António*, "Uma Glória Nacional", Editor A. Santiago, S.J., Braga, 1961.
* Extraído da obra, hoje rara, do Padre António Franco SJ, intitulada "Imagem da Virtude".

Pedidos a:
P. João Caniço sj
Causa de Canonização dos Mártires do Brasil
Estrada da Torre, 26
1750-296 LISBOA (Portugal)
amar.servir@mail.telepac.pt

domingo, 14 de novembro de 2010

Beato Manuel Álvares de Estremoz
mártir do Brasil
Dentre as poesias que Anchieta consagrou aos Mártires do Brasil, merece particular menção a que dedica ao Beato Manuel Álvares e é «uma das mais belas pela delicadeza das ideias e viveza de forma», como afirma Armando Cardoso, ao traduzi-la para a revista Verbum (Setembro de 1970), da Universidade Católica do Rio de Janeiro, «num português singelo, 0 mais próximo possível do castelhano, na métrica, nas rimas e até no vocabulario»:

Ovejero,

de pastor hecho guerrero,

bien tocas el atambor!
- Agora toco mejor,
cuando, sin quejar, me muero,
con tal fuerza de dolor.

Ovelheiro,
de pastor feito guerreiro,
bem tocas o teu tambor!
- Agora toco melhor
quando morro qual cordeiro,
com tanta força de dor!

Isto o mote, em diálogo, que vai ser glosado em décimas:

Olha bem, Irmão Manuel,
como foi o teu nascer,
e quanto vieste a ser,
com tal honra de donzel,
pelo divino poder.
A graça te quis fazer
bom religioso primeiro,
e no transe derradeiro
por seu mártir te escolher
sendo dantes ovelheiro.

Foste ovelha, quando entraste
mansamente no curral,
e, como limpo animal,
os mistérios ruminaste
da vida celestial.

Tocou-me com violência
o francês, ladrão profano
e corsário luterano,
quebrando-me sem clemência
com braço cruel e insano.

Com suas cruéis espadas
meu rosto despedaçaram,
braços e pernas quebraram
com escopetas pesadas:
nem com isso se fartaram!

De facto, Manuel Álvares, natural de Estremoz, filho de Jerónimo Álvares e de Joana Lopes, fora pastor antes de entrar na Companhia em Évora a 12 de Fevereiro de 1559, com 22 ou 23 anos de idade.
Uma carta sua, dirigida a São Francisco de Borja e datada de 21 de Abril de 1566, fomece-nos deliciosas notas biográficas com a melhor transparência daquela alma lavada de alentejano rude e esperto: «...sendo eu hum pastor rustico me trouxe Nosso Senhor a esta sancta Companhia donde uza comigo de tantas misericordias sem eu merecer ... Pollo que me da Deos Nosso Senhor, muitos tempos há, desejo de ir ao Brasil, e averá sete annos que 0 peço, e bem me parece que não me conceder Nosso Senhor isto ategora foy por parte de minhas muitas imperfeições, as quais pella misericordia de Nosso Senhor espero de apartar de mim pouco e pouco que juntamente não possa. E o que me move mais hé ouvir outras muitas cartas de Japão e India que parece que me devião de mover algum tanto a estas partes, e parece que então me dá Deos Nosso Senhor mais firmes propósitos em o Brasil. Pollo que me parece que Deos Nosso Senhor quer que peça esta parte mais que nenhuma das outras...... Ainda que não seja mais que ser cozinheiro em o fogão e servir a todos os enfermos na nao. E lá no Brasil fazer o que me mandar a sancta obediencia, quer seja cozinheiro dos Padres e Irmãos, quer tenha qualquer outro officio. Meu officio agora hé de roupeiro, pollo qual no Brazil tomaria ser cozinheiro e barredor das casas, pera que me console, vendo converterem-se tantas almas a Deos Nosso Senhor e ajudando eu também pera isso se prestar...... Eu sou aquelle que, se lhe bem lembra a V. R., era comprador quando veio a este Collegio de Évora e não sabia ler nem escrever, e por pinturas e semelhanças dava conta ao Procurador do dinheiro, que recebia, e V. R. me mandou que soubesse ler e escrever, o que agora tenho, ainda que imperfeitamente» (Mon. Bras., IV, 340-343).
Conhecemos ainda por sua boca outros pormenores da vocação: no mundo, «era trabalhador e guardava gado». Um dia, «estando arando, me veio desejo de ser peregrino, pedir por Deus e não
ter nada; e, vendo as maldades do mundo, me veio desejo de entrar em uma religiao, qualquer que fosse; e, vindo donde estava para entrar em São Francisco, um cónego Gomes Pires me dirigiu à Companhia. Recebeu-me o P. Dom Leão».
Quando a nau foi abordada pelos calvinistas, Manuel Álvares, do castelo da popa, animava os Portugueses a que não se deixassem vencer por «estes filhos do demónio» e fazia-o «com tão fortes e tão altas vozes, que sobrepujavam sobre 0 estrondo das armas»! Nisto, diz-lhe «um marinheiro que tangia o atambor:
- Irmão Manuel Álvares, ó quem me dera quem tanger este atambor, para que pudesse eu pelejar contra estes hereges.
- Por isso não deixeis vós de pelejar; dai cá o atambor - respondeu, parecendo-lhe que tanto montava exortar os nossos com a voz dos seus brados, como com o atambor».
Verificando, porém, que as palavras eram mais eficazes, «lançou fora o atambor e tornou-se aos brados» ...
Como os inimigos «o trasião atravessado», logo que puderam, arremeteram a ele «e o tomaram, e fizeram nele muy grandes crueldades: porque lhe ratalharam o rosto com cutiladas, e lho fizeram todo em fatias: huns lhe tomavam as pernas e lhas estindiam, outros com os canos das espingardas lhas quebravam pollas canellas, e lhe davam nelas tantas porradas até que lhas deixavam todas feitas em pedaços: outros lhe tomavam os braços e lhos estendiam, e outros lhos quebravam pollas canas dando-lhe tantas pancadas neles até que lhos deixavam feitos em migalhas»!
Não findou aqui «a raiva e ódio que contra ele conceberam, porque o não quiseram logo acabar de matar, nem lançar ao mar, mas assim vivo o deixaram pera o verem mais pennar. Mas os Irmãos, em vendo ocazião pera isso, o meteram debaxo da tolda: e ally diante deles louvava ao Senhor, e dava muitas graças ao Senhor por lhe fazer tão grande mercê e lhe dar o que tantos annos há lhe pedia, dizendo-lhes com muita consolação sua 15 annos há que estou na Companhia e averá 9 ou 10 que me pagou: louvado seja ele, e bendito para todo o sempre já mais. Os Irmãos lhe lavaram todas as feridas com vinho, e lhas curaram» e levaram-no para um camarote e estavam ali «muitos consolando-se com ele, e alegrando-se de o ver morrer tão alegre e contente com a morte, a que ele chamava muitas vezes grande mercê de Deos. Mas ele não morreo logo, senão dipois, como adiante se diraa» («Relaçam», capítulo 31).
Entretanto, «mui cheo de feridas mortais», o «Capitão e Mestre da Nao Santiago trabalhou por se retirar para baxo onde estavam os Irmãos pera ali morrer entre eles. Os hereges todavia sempre o vieram seguindo ... e ali carregaram muitos sobre ele e o acabaram de matar ... Mortos os Irmãos que animavam, e morto também o capitão, acabou-se logo a peleja. Dos nossos marinheiros e passageiros que pelejaram morreriam até 15 ou 16 ... Dos imigos em toda esta peleja morreriam perto de 30» (Capitulo 32).
Neste tempo, não deixavam os piratas de «revolver as câmaras, e assim davam muitas voltas ao Irmão Manoel Alvres ... e tratavam-no mui mal arremessando-o muitas vezes de huma parte pera a outra». Trouxeram-no os Irmãos para «onde estavam dando à bomba e o tinham ali junto de si, lançado sabre uma arca» ...
Pediu-lhes «uma pouca de água, deram-lhe a beber par uma campainha, porque não havia ali outro búcaro. Ali se confeçou com o padre Andrade: e depois parecendo-lhe que sua ora estava já perto pediu a todos que lhe dicessem cada hum seu credo. Não tardaram muito huns 4, ou 5, daqueles hereges, os quais acodiam ali muitas vezes a fazer perrarias e fazer trabalhar os nossos: os quais chegando aonde ele estava o conheceram, e diceram este es aquele prete que gritava de lá de cima; toma, toma, bota a la mar: pegaram logo dele, e o levaram d'arrasto até o bordo da nao e dali vivo o lançaram ao mar, à vista dos Irmãos, ficando eles par huma parte magoados, e por outra muito consolados de o verem morrer por amor de Deos tão animado, e tão conçolado» (Capitulo 33).
Desta forma se realizou à letra a profecia do Mártir, comunicada ao Padre Pedro Luís Homem, «grande letrado, lente na Universidade de Évora e de muita virtude», numa tarde em que ambos discorriam familiarmente, durante o tempo de estudante de Pedro Luis, que disso deixou declaração escrita: «chamando a Irmão Manuel Alvares ao Irmão Pedro Luiz duas vezes por seu
nome, e dando de gume com a mão direita na cana do braço esquerdo, e depois com a mão esquerda do mesmo modo na cana do braço direito, e depois com a mão direita nas canas das pernas, disse (assim como ia dando) Aqui, aqui quebrado por amor de Deus, indo por esse mar para 0 Brazil. E dito isto, rindo continuou para onde ia. Isto contou 0 Padre Pedro Luiz muitas vezes e... se lembra com tanta certeza que o poderia jurar, salvante o nomear Brazil; porque ainda que se acha com esta determinação do logar para onde havia de navegar, não é com tanta certeza, como o mais. Isto se acrescentou aqui por ordem do Padre Reitor Pedro de Novaes hoje 20 de Julho de 99. Pedro Luiz».
o Beato Manuel teve um irmão na Companhia, 0 Ir. Francisco Álvares, que foi cozinheiro no Colégio da Baia, durante 40 anos.
(DOMINGUES, sj, Ernesto, "Raízes terrestres de 40 MÁRTIRES",
1971, Braga, Separata do «Mensageiro», pgs. 11 a 14)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A imagem da Senhora
segundo São Lucas
que acompanhava os Mártires
Numa edícula do altar-mor da igreja de Santa Maria Maior, em Roma, existia um quadro com a imagem de Nossa Senhora, que a tradição dizia ter sido pintada por São Lucas. Nunca fora autorizada a reprodução. Mas, a pedido do P. Francisco de Borja, por especial condescendência, consentiu o Santo Padre Pio V que fosse feita uma cópia, desde que o pintor não retirasse o quadro do lugar onde se encontrava. O Padre Geral confiou a obra a um dos mais notáveis pintores de Roma, que dela tirou duas cópias, tão perfeitas, que quase se não distinguiam do original. O P. Borja guardou para si uma delas e mandou outras, pelo P. Azevedo, para ser entregue a Dª Catarina (Rainha de Portugal).
Providencialmente, não conseguiu tão depressa audiência da Soberana, afastada da capital e do neto, com quem não conseguia entender-se. Enquanto esperava autorização de Dª Catarina para a visitar em Alenquer, encarregou um dos Irmãos que o acompanharam, o pintor João de Maiorga, de fazer cópias da reprodução. De maneira que, quando, pelo Natal, esta foi enviada a Sua Majestade, já ele dispunha de quatro cópias: uma que reservou para si, e três para os Colégios de Coimbra, de Évora e de Santo Antão. Mandara, igualmente, gravar a imagem numa pequena lâmina de bronze, que nunca o abandonasse. Aquele apaixonado cavaleiro da Virgem, que tando desejara entregar-se ao Seu serviço, desde que vira a maravilhosa imagem sentiu que não lhe seria possível apartar-se dela e que a teria como companheira dos seus trabalhos. E bem que a Senhora o ajudou. (DE SOLEDADE, Maria, "Velas ao largo - uma página de epopeia", Editor Pe. A. Santiago, sj, Braga, 1970, pgs. 86 e 87)
Enquanto o capitão dirigia os preparativos bélicos, o P. Inácio reunia os noviços junto do mastro grande e, com a placa de metal onde mandara gravar a imagem da Senhora, segundo São Lucas, erguida numa das mãos, começou com o P. Andrade a entoar as ladainhas, a que os Irmãos respondiam. (...) Então o P. Azevedo ordenou-lhes que se recolhessem aos seus cubículos, a orar, o que todos fizeram, ficando apenas o Padre em oração junto do mastro grande, sem largar a imagem de Nossa Senhora. (Idem, pg. 152)
Entretanto o P. Inácio permanecia no seu posto, com a imagem na mão, afirmando a sua adesão à santa Igreja Católica (...).
Em voz cada vez mais apagada, num respirar cada vez mais lento e difícil, sem tirar os olhos da imagem que continuava a prender nas mãos, adormeceu no Senhor. (...) Acabada a batalha, começou a pilhagem. Os corsários espalharam-se pelo navio, a procurar despojos. Nessa busca foram dar à câmara onde jazia o cadáver do P. Inácio segurando sempre a placa de bronze com o retrato da Senhora, rodeado dos noviços em oração. (Ibidem, pg. 162)
Mortos e feridos eram arrastados e lançados ao mar, para desempachar o convés. O cúmulo da dor foi quando viram aparecer o cadáver do seu Pai tão querido. Vinha «inteiriçado, com os braços em cruz, estendidos». Por não poderem abandonar o trabalho, que não lho consentiam os adversários, não o viram cair na água. (...) O corpo do mártir, em vez de ir ao fundo, como seria natural, sobrenadou, sempre na mesma posição, com a imagem da Senhora bem apertada na mão de onde ninguém conseguira tirar-lha. (...) Nessa noite, porém, um português que escapara e que se encontrava junto da amurada, viu chegar o cadáver impelido pelas ondas e ainda com a imagem agarrada. Debruçando-se, conseguiu tirar-lha, sem ter de empregar esforço. Guardou-a cuidadosamente, até a poder entregar a quem de direito. Levou-a, de aí a algum tempo, à casa dos Jesuítas, no Funchal, de onde, segundo A. Franco, teria ido para o Brasil, constando que se encontrava no Colégio da Baía. (Ibidem, pg. 162 e 163)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

monsenhor
João Luís de Carvalho

Presbítero da Arquidiocese de Évora,
Fundador da Obra de São José Operário
e do Cenáculo das Cooperadoras Apostólicas
Nascido a 1 de Junho de 1909, na localidade de Figueiredo, concelho da Sertã, diocese de Portalegre-Castelo Branco, entrou no Seminário Maior de Évora em 1924, tendo concluído a sua formação académica na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, onde se doutorou em Filosofia e se licenciou em Teologia e Direito Canónico, respectivamente.
No dia 28 de Outubro de 1934, na Capela do Colégio Inglês, em Roma, recebeu a ordenação sacerdotal por Sua Eminência, o Senhor Cardeal D. Francesco Marchetti-Selvaggiani, então Vigário-Geral do Santo Padre para a cidade de Roma, ficando ao serviço da Arquidiocese de Évora.
Nomeado Cónego da Basílica Metropolitana de Évora, em 1937, foi também Professor, Prefeito e Vice-Reitor do Seminário Maior de Évora, Pároco da Sé entre 1938 e 1951, Pároco de São Mamede de 1951 a 1982 e Administrador Paroquial da Freguesia de Nª Srª de Machede, de 1986 a 1988.
No dia da sua tomada de posse na Paróquia de São Mamede, viria a receber o título de Prelado Doméstico de Sua Santidade (Monsenhor), como “presente” do 17º aniversário da sua ordenação sacerdotal.
Nomeado, em 1961, por Breve de Sua Santidade o Papa João XXIII, Arcediago do Cabido da Basílica Metropolitana de Évora, viria também a desempenhar a função de Tesoureiro-Mor do supra-dito Cabido.
Fundou, em 1957, o Cenáculo das Cooperadoras Apostólicas e a Obra de São José Operário, Fundação de Solidariedade Social sediada na Rua das Fontes, 3-A, em Évora, e cuja acção sócio-caritativa se estende actualmente às localidades de Évora, Nª Senhora de Machede, São Miguel de Machede e Montoito.
De entre as inúmeras acções pastorais que desempenhou com enorme humildade e zelo reconhecido por todos, destaca-se a de Professor de Moral na Escola do Magistério Primário e de Assistente Espiritual da Junta Diocesana da Acção Católica e dos diversos organismos da mesma, sucedendo, neste âmbito, a D. Francisco Maria da Silva, Arcebispo de Braga.
Depois de um longo percurso de sofrimento, viria a falecer serenamente, no dia 16 de Novembro de 1991, na Casa de São José Operário, em Évora, com fama de santidade.
Foi-lhe atribuída, na toponímia do Bairro do Granito-Sul (Évora), em 15 de Maio de 2002, uma Praceta com o topónimo: “Dr. João Luís de Carvalho”.
Foi ainda aprovada, em reunião camarária de 25/10/2006, para a Urbanização “Cerca de Santa Mónica”, o topónimo: “Rua Monsenhor João Luís de Carvalho”.
(Fonte: FacebooK do Cenáculo das Cooperadoras Apostólicas)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Maria Silvéria Ferro de Oliveira
Co-Fundadora do Cenáculo das Cooperadoras Apostólicas
Nasceu em Montemor-o-Novo, no dia 4 de Julho de 1927.
Depois de alguns anos de contacto com o Monsenhor João Luís de Carvalho, sacerdote do presbitério Eborense, Fundador do Cenáculo das Cooperadoras Apostólicas e da Obra de São José Operário, descobre o ideal de servir a Cristo nos irmãos mais pobres e decide consagrar-se inteiramente a Deus e à Igreja, no dia 31 de Julho de 1951, sob o lema do Cenáculo: “Sempre prontas para servir”.
Dedicou-se, de alma e coração, aos movimentos juvenis da Acção Católica e, especialmente, à Obra fundada com a sua estreita e directa colaboração.
Foi um testemunho digno de caridade, abnegação, generosidade, piedade e entrega.
Faleceu súbita mas serenamente na tarde de 17 de Março de 2008 e foi sepultada a 19 de Março, dia consagrado a São José.
(Fonte: FacebooK do Cenáculo das Cooperadoras Apostólicas)

domingo, 7 de novembro de 2010

Padre Bento Fernandes sj
mártir de Nagasaki no Japão
Nasceu em Borba, no ano de 1579, filho de Miguel Fernandes e de Isabel Affonso. Professou na Companhia de Jesus em 22 de Março de 1596, e em seguida partiu para Roma onde estudou Filosofia e Teologia.
Voltando a Portugal aqui se demorou algum tempo, até que resolveu passar ao Japão como missionário, para lá embarcou em 25 de Março de 1602, com 58 religiosos de que era superior Alberto Laercio.
Após muitos anos de trabalhos e privações, Bento Fernandes foi preso em Nagasaki, como desobediente à lei do império que proibia a propaganda da religião cristã, e, intimado a abjurar a Fé, recusou-se corajosamente a fazê-lo; pelo que foi posto a tormentos. Assim morreu em martírio no dia 2 de Outubro de 1633, com 54 anos de idade.

(cf. Pe. António Joaquim Anselmo, "O concelho de Borba - Topographia e história", 3ª Edição da Câmara Municipal de Borba, Borba, 1997, pgs. 107-108)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O seu ao seu dono...

Congregatio de Cultu Divino
et Disciplina Sacramentorum

Prot. N. 828/10/L

Cidade do Vaticano, 12 de Outubro de 2010

Excelência Reverendíssima

A carta de Vossa Reverência, datada de 10 de Dezembro de 2009, chegou a esta Congregação a 12 de Outubro do presente ano, pedindo a menção nos Livros e documentos litúrgicos, depois de investigações históricas confirmando a tradição oral, de que o local do nascimento de Santa Beatriz da Silva é Campo Maior, mereceu a nossa melhor atenção e solicitude.
Vimos, pois, por este meio comunicar-lhe que basta no Próprio da Ordem ou da Diocese, assim como na breve biografia da Liturgia das Horas providenciar a referida correcção, uma vez que no Martirologio Romano não se faz referência a essa informação, apenas que morreu em Toledo no ano de 1490.
Aproveito a ocasião para lhe apresentar as nossas maiores saudações, com toda a consideração e estima

De V. Excia Revma
Mons. Juan Miguel Ferrer Grenesche
(Sub-secretário)
Carta dirigida a Sua Excia. Revma.
o Sr. D. José Francisco Sanches Alves,
Arcebispo Metropolitano de Évora

terça-feira, 2 de novembro de 2010

MÁRTIRES DO BRASIL
(6ª e última Parte)
(cf. desdobrável distribuído pelo P. João Caniço sj, a quando da sua visita à cidade de Borba)

Famosa visão
de Santa Teresa de Jesus
Santa Teresa de Jesus relata ao seu confessor - Padre Baltasar Alvarez - como viu, na véspera da festa de Nossa Senhora do Carmo, o glorioso esquadrão de mártires com as auréolas do martírio e em especial o Bem-aventurado Francisco Pérez Godói, seu parente de sangue.

Outras aparições
dos mártires do Brasil
O Beato Inácio de Azevedo apareceu a seu irmão, D. Jerónimo de Azevedo, cercado de luzes e esplendores.
Relata o Padre Eusébio, no tomo 4º dos seus "Varões Ilustres", que estes santos mártires apareceram, com coroas de flores na cabeça e palmas nas mãos, a certos "casais de bom viver".
O Padre Mário Falcóni relata como, em 1670, no mar das Canárias, a calmaria era surpreendente, e surgiram as imagens dos Mártires padecendo, fazendo com que todos os que viram sentissem uma forte emoção.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

MÁRTIRES DO BRASIL
(5ª Parte)

(cf. desdobrável distribuído pelo P. João Caniço sj, a quando da sua visita à cidade de Borba)

O impacto evangelizador
deste martírio

Humanamente, era uma catástrofe para a evangelização do Brasil, mas o testemunho da sua fé falou mais alto, e o seu papel de evangelizadores ficou provado pela onda de entusiasmo por todo o mundo católico. Sangue de mártires é semente de Cristãos...
Pio IX reconheceu e confirmou o culto a Inácio de Azevedo e aos seus 39 companheiros de martírio, a 11 de Maio de 1854.
(continua)
foto: 40 cruzes em pedra colocadas no fundo do mar de Tazacorte,
no local onde se deu o martírio e foram lançados os corpos dos mártires
para assinalar o martírio.