"...brilhe a vossa luz diante dos homens,
de modo que, vendo as vossas boas obras,
glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu."
(Mt 5, 16)

São vários os cristão alentejanos,
ou com profunda relação ao Alentejo,

que se deixaram transformar pela Boa Nova de Jesus Cristo
e com as suas vidas iluminaram a vida da Igreja.
Deles queremos fazer memória.
Alguns a Igreja já reconheceu como Santos,
outros estão os processos em curso,

outros ainda não foram iniciados os processos e talvez nunca venham a ser…
Não querendo antecipar-nos nem sobrepor-nos ao juízo da Santa Mãe Igreja,
queremos fazer memória destas vidas luminosas.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Resultado da Sondagem
Até domingo de Páscoa, decorreu, neste blog, uma sondagem que perguntava, "qual era a única SANTA PORTUGUESA, a ser canonizada (desde a constituição da nacionalidade)" e adiantavamos 3 nomes: Santa Beatriz da Silva, Princesa Santa Joana de Aveiro (como é conhecida) e Rainha Santa Isabel de Portugal.
O votantes, dividiram a sua votação entre Santa Beatriz da Silva (78%) e a Rainha Santa Isabel de Portugal (12%).

Santa Beatriz da Silva
De facto, até agora, a única mulher portuguesa (desde a constituição da nacionalidade) a ser canonizada é, SANTA BEATRIZ DA SILVA, fundadora da Ordem contemplativa das monjas da Imaculada Conceição (ou monjas Concepcionistas).
A Santa nasceu em Campo Maior, arquidiocese de Évora, em 1437 e morreu em Toledo (Espanha), no ano de 1491. Foi canonizada pela papa Paulo VI a 3 de Outubro de 1976.


Beata Joana de Aveiro
A princesa Beata Joana de Aveiro, é Portuguesa, filha do rei D. Afonso V nasceu na cidade de Lisboa no ano de 1452 e morreu em Aveiro a 12 de Maio de 1490, no Mosteiro de Jesus das Dominicanas desta cidade.
Contudo ainda não foi canonizada. Foi beatificada a 31 de Dezembro de 1692, pelo papa Inocêncio XII, por confirmação de culto imemorial.

Rainha Santa Isabel de Portugal
A rainha Santa Isabel de Portugal, mesmo se viveu a maior parte da sua vida em Portugal (tinha 12 anos quando casou com o rei D. Dinis e veio para Portugal), nasceu no reino de Aragão, logo não é Portuguesa de nascimento. Morreu na cidade alentejana de Estremoz, arquidiocese de Évora.

quarta-feira, 26 de março de 2008

da Homilia de Paulo VI
na canonização de Stª Beatriz da Silva
... a elequência mais evidente da vida
Da nova Santa não nos é possível tecer o breve elogio que se costuma fazer no momento de uma canonização e que parece projectar perante os nossos olhos radiantes os traços de um rosto glorioso porque, assim como o rosto extraordinário, belo e puro de Beatriz da Silva permaneceu velado por longos anos da sua vida terrena, até à sua bem-aventurada morte, assim também muitos aspectos da sua biografia só chegaram até nós por reflexos, como PER SPECULUM IN AENIGMATE - através de um espelho e de modo confuso - (cf. 1 Cor 13, 12), na documentação histórica através da qual ela transparece como figura inocente, humilde e luminosa, apesar de não conceder à nossa humana mas legítima curiosidade sinal algum de expressão pessoal. Assomam aos lábios as palavras de Dante: OV'E BEATRIC - onde estás Beatriz? - (A Divina Comédia, Paraíso, canto 32, verso 85); ou as palavras bíblicas em que vibra o amor místico: MINHA POMBA ... MOSTRA-ME O TEU ROSTO, FAZ-ME OUVIR A TUA VOZ, PORQUE A TUA VOZ É SUAVE E GRACIOSO O TEU ROSTO (Ct 2, 14).
Porque efectivamente, nenhuma palavra desta Santa chegou até nós nas suas sílabas textuais, e por conseguinte, nenhum eco da sua voz; nem escrito algum da sua mão, ou algum retrato do seu rosto demasiado belo, como se dizia, para que não fosse, na sua juventude, causa de turbação. E nem sequer os estatutos definitivos da Regra para a família religiosa que Ela fundou, inaugurando com a sua própria morte o nascimento da mesma família.
Mas, então, uma pergunta surge no espírito de quem dirige a atenção e a devoção para esta cidade do céu: será uma lenda a sua vida? Será fruto de um mito? Não, não é! Beatriz da Silva antes de entrar no reino eterno do céu, foi cidadã da terra: e o seu registo, e mais ainda a sua obra de Fundadora de uma nova e ainda hoje florescentíssima Família Religiosa, a das Monjas da Santíssima Conceição de Maria, não deixam dúvida alguma, antes conferem certeza particular e edificante exemplaridade à história hagiográfica desta esplêndida figura.
Santa Beatriz da Silva, portuguesa de nascimento, passou a maior parte da sua existência terrena em terras de Espanha, Mulher que ao nosso coração de crentes fala, se não com os escritos, sim com a eloquência mais convincente da vida.
(da Homilia de Paulo VI, proferida na Canonização de Santa Beatriz da Silva a 3 de Outubro de 1976, na Basílica Vaticana de São Pedro)

sábado, 8 de março de 2008

Das Cartas de São João de Deus, religioso
Cristo é fiel e tudo provê
Se consideramos atentamente a misericórdia de Deus, nunca deixaremos de fazer o bem de que formos capazes: com efeito, se damos aos pobres por amor de Deus aquilo que Ele próprio nos dá, Ele promete-nos o cêntuplo na felicidade eterna. Feliz pagamento, ditoso lucro! Quem não dará a este bendito mercador tudo o que possui, se Ele procura o nosso interesse e, com os braços abertos, insistentemente pede que nos convertamos a Ele, que choremos os nossos pecados e tenhamos caridade para com as nossas almas e para com o próximo? Porque assim como o fogo apaga a água, assim a caridade apaga o pecado.
Vêm aqui tantos pobres, que até eu me espanto como é possível sustentar a todos; mas Jesus Cristo a tudo provê e a todos alimenta. Vêm muitos pobres à casa de Deus, porque a cidade de Granada é muito fria, e mais agora que estamos no Inverno. Entre todos - doentes e sãos, gente de serviço e peregrinos - há aqui mais de cento e dez pessoas. Como esta casa é geral, recebe doentes de todos os géneros e condições: tolhidos, mancos, leprosos, mudos, dementes, paralíticos, tinhosos, alguns já muito velhos e outros muito crianças ainda, e por cima disto muitos peregrinos e viajante., que cá chegam e aqui encontram lume, água, sal e vasilhas para cozinhar os alimentos. E para tudo isto não se recebe renda especial, mas Cristo a tudo provê.
Desta maneira estou aqui muito empenhado e prisioneiro por amor de Jesus Cristo. Vendo-me tão carregado de dívidas que já mal me atrevo a sair de casa, e vendo tantos pobres, irmãos e próximos meus, sofrer para além das suas forças e serem oprimidos por tantos infortúnios no corpo ou na alma, sinto profunda tristeza por não poder socorrê-los, mas confio em Cristo, que conhece o meu coração. Por isso digo: maldito o homem que confia nos homens, e não em Cristo somente; porque dos homens hás-de ser 'separado, queiras ou não queiras; mas Cristo é fiel e permanece sempre, Cristo tudo provê. A Ele se dêem graças para sempre. Amen.
(Arq. Geral da Ordem Hospitaleira, Caderno: De las cartas..., ffº 23v-24r; 27rv; O. Marcos, Cartas y escritos de Nuestro Glorioso Padre San Juan de Dios, Madrid, 1935, pp. 18-19; 48-50) (Século XVI)

segunda-feira, 3 de março de 2008

São Gaudêncio de Évora, mártir
Festa: 2 de Agosto
O servo da caridade, Beato Luís Guanella, ao construir na Suíça uma igreja, em vez doutra profanada pelos protestantes, julgava honrar São Gaudêncio de Novara, mas veio a saber mais tarde que, no antigo templo profanado, se honrava noutras eras um São Gaudêncio, jovem nobre de Évora, que viveu nos primeiros séculos do Cristianismo. E sendo perseguido por causa do zelo empregado em converter os seus e outras pessoas exilou-se, estabelecendo-se no vale de Bergalha, onde se empregou na conversão de idólatras e arianos. Atacado com armas e flechas, foi depois ferido de morte com um machado num pinhal, perto de Vicosoprano. Um papa Urbano aprovou o culto das relíquias dele, dispersas em 1551 pelos protestantes.
(Fonte: SANTOS DE CADA DIA (II Maio, Junho, Julho e Agosto), Braga, Editorial A.O., 1987, pgs. 493/494)