"...brilhe a vossa luz diante dos homens,
de modo que, vendo as vossas boas obras,
glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu."
(Mt 5, 16)

São vários os cristão alentejanos,
ou com profunda relação ao Alentejo,

que se deixaram transformar pela Boa Nova de Jesus Cristo
e com as suas vidas iluminaram a vida da Igreja.
Deles queremos fazer memória.
Alguns a Igreja já reconheceu como Santos,
outros estão os processos em curso,

outros ainda não foram iniciados os processos e talvez nunca venham a ser…
Não querendo antecipar-nos nem sobrepor-nos ao juízo da Santa Mãe Igreja,
queremos fazer memória destas vidas luminosas.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Estarão restos dos Mártires de Tazacorte (=do Brasil) na “Gruta dos Frades?”

O investigador e etnógrafo Juan José Santos refere que a tradição oral do município (de Fuencaliente) recorda que, nesta zona do litoral de Fuencaliente, onde aportava tudo o que se lançava ao mar do sul, se encontram submergidos pelas ondas de lava do vulcão de Teneguía, de 1971, alguns cadáveres dos religiosos jesuítas, assassinados pelos corsários calvinistas, em 1570.
Esther R. Medina - Fuencaliente 

Juan José Santos (derecha) dialoga con Joao Caniço este viernes en Fuencaliente. Foto: MARÍA VICTORIA HERNÁNDEZ.
Juan José Santos (à direita) dialoga com o Padre João Caniço, a 10 de Outubro (2014), em Fuencaliente. Foto: MARÍA VICTORIA HERNÁNDEZ.

Os restos dos jesuítas Inácio de Azevedo e seus 39 companheiros [Mártires do Brasil], conhecidos, nas Ilhas Canárias, como ‘Mártires de Tazacorte’, que, em 1570, foram assassinados junto à Ponta de Fuencaliente, por corsários calvinistas, comandados pelo pirata Jacques de Sória, quando se dirigiam para o Brasil, a realizar obras de evangelização, foram ali tragados pelo mar. Mas a tradição popular - conta na sua página de Facebook, a “Conselheira” da Cultura e do Património do “Cabildo de La Palma”, Maria Victória Hernández – reconhece que, “próximo do Farol de Fuencaliente se localiza a chamada ‘Gruta dos Frades’, submergida pelo vulcão Teneguía em 1971, e, segundo alguns informadores, entre os quais se encontram Juan José Santos e Juan Luis Curbelo, sendo ainda muito jovens, os seus professores da escola primária e outras pessoas relatavam que, nessa gruta, tinham sido enterrados os jesuítas que o mar tinha feito chegar à costa”.
O sacerdote jesuíta português, vice-postulador da Causa de Canonização dos Beatos Mártires de Tazacorte, João Caniço, que se deslocou de Portugal à Ilha de La Palma, para assistir à homenagem que o Cabildo prestou aos religiosos, erigindo uma cruz de pedra, junto ao Farol de Fuencaliente, teve a oportunidade de dialogar com Juan José Santos e ouvir os testemunhos orais que têm sido transmitidos de geração em geração sobre este trágico episódio da história insular. Santos revelou ao jornal “La Palma Ahora” que, “em finais dos anos cinquenta do século passado, os alunos do “Colégio de Los Canarios” fizemos uma excursão com um missionário jesuíta para colocar uma cruz na ‘Gruta dos Frades’, porque se dizia que ali tinham aparecido alguns cadáveres dos missionários, já que a esta gruta vinha dar tudo o que era lançado ao mar”. Santos, prestigioso folclorista e investigador etnográfico, reconhece que “não há documentos históricos” que certifiquem que nesta gruta se encontram restos dos jesuítas, ainda que “todas as pessoas mais velhas do município contavam que nesta gruta, utilizada pelos habitantes locais, se tinham encontrado restos dos religiosos”.
O Padre Joao Caniço mostrou-se muito interessado por este relato, na medida em que o seu trabalho se centra em recolher informação sobre a vida e a obra dos ‘Mártires de Tazacorte’ [ou Mártires do Brasil] e promover a sua canonização, declaração que espera se venha a produzir durante el governo do Papa Francisco, que manifestou especial interesse por esta causa.
María Victoria Hernández qualificou o martírio dos jesuítas, que procediam de Lisboa e se dirigiam ao Brasil, como “o facto histórico mais destacado que algum dia aconteceu em La Palma, pela sua transcendência internacional, vendo-se directamente relacionados Espanha, Portugal, França, Vaticano e a Companhia de Jesus”. A mesma “Conselheira da Cultura e do Património” pretende, além de prestar uma homenagem a estes missionários, tornar mais conhecido o seu martírio entre todos os habitantes da Ilha de La Palma.
Segundo se conta, Inácio de Azevedo, na última missa que celebraram na Igreja de Nossa Senhora das Angústias, antes de prosseguir a viagem para o Brasil, depois de uma escala no Porto de Tazacorte, teve um pre-aviso, uma revelação divina, do que lhes iria acontecer. E foi tal a sua impressão, que mordeu a borda do cálice, deixando nele as marcas dos dentes. Quando o navio, em que viajava a expedição, foi atacado por Jacques de Sória, Inácio de Azevedo, com um quadro de Nossa Senhora nas mãos, “animou os missionários a oferecerem as suas vidas por Cristo”. Os 40 jesuítas foram apunhalados e lançados vivos ao mar, no dia 15 de Julho de 1570.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

«ME LLAMARON BEATRIZ»
Este é o título de uma breve biografía  de Santa Beatriz da Silva que acaba de sair à luz há poucos dias escrita por  Frei José García Santos OFM, a viver actualmente na fraternidade de El Palancar (Cáceres).
O relato, escrito em forma autobiográfica, segundo o autor  “ajusta-se escrupulosamente” a dois textos: a Nota autobiográfica de Juana de San Miguel (1512) y Dona Beatriz da Silva (2008) de José Felix Duque.
A obra foi terminada em 2011,  foi editada em fins de 2013 pela Mosteiro Concepcionista de Villanueva de la Serena (Badajoz). Apresenta-se em formato de bolso e tem aproximadamente 60 páginas.
Pode ser adquirida no Mosteiro de Villanueva (Tel: 924 84 98) ou de Cuenca (Tel: 969 21 32 21).