"...brilhe a vossa luz diante dos homens,
de modo que, vendo as vossas boas obras,
glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu."
(Mt 5, 16)

São vários os cristão alentejanos,
ou com profunda relação ao Alentejo,

que se deixaram transformar pela Boa Nova de Jesus Cristo
e com as suas vidas iluminaram a vida da Igreja.
Deles queremos fazer memória.
Alguns a Igreja já reconheceu como Santos,
outros estão os processos em curso,

outros ainda não foram iniciados os processos e talvez nunca venham a ser…
Não querendo antecipar-nos nem sobrepor-nos ao juízo da Santa Mãe Igreja,
queremos fazer memória destas vidas luminosas.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

SÃO NUNO DE SANTA MARIA O.Carm. (*1360 / +1431)
Da Crónica dos Carmelitas da antiga e regular observância,
nos Reinos de Portugal,
escrita pelo Cronista geral da Ordem

Exemplo de vida cristã
Admirável foi este santo varão pelas muitas e especiais virtudes que cultivou, não só depois do divórcio que fez com o mundo, mas também antes de receber o hábito religioso.
Na castidade foi sempre tão firme que jamais em prejuízo desta virtude se lhe conheceu o mais leve defeito.
Forçado da obediência se sujeitou ao casamento, que sem desagrado de seu pai, o não chegaria a evitar. Mas aos vinte e seis anos ficou absoluto do matrimónio, porque a inumana parca pôs termo à vida da sua esposa na flor de seus anos. Entrou El Rei no empenho de lhe dar outra esposa não menos digna de seu nascimento. Resistiu o invicto Condestável, encobrindo sempre o fundamento principal, que era o de viver casto.
Na oração foi tão incessante que admirava aos mesmos que faziam por ser nela seus imitadores. Faltava com o descanso ao corpo para se aproveitar da maior parte da noite orando mental e vocalmente.
Depois de ser religioso, estreitou mais o trato e familiaridade com o Senhor, porque então vivia no retiro conveniente para poder sem estorvo empregar todas as potências da alma no Divino Objecto que contemplava.
Na presença da soberana imagem da Virgem Maria Senhora Nossa, com o título da Assunção, derramava copiosas lágrimas; e com elas, melhor do que com as vozes, Lhe expunha as suas súplicas nas ocasiões que para si ou para os seus patrocinados Lhe pedia favores.
Exemplaríssima foi a humildade com que, fora e dentro da Religião, serviu a Deus em toda a vida. Como árvore frutífera cujos ramos mais se inclinam quando é maior o peso dos seus frutos, assim este virtuoso varão mais submisso se mostrava com os triunfos e com as virtudes. Nunca no seu espírito teve lugar a soberba: antes, quanto lhe foi possível, trabalhou por desterrá la dos ânimos dos que lhe seguiam as ordens e o exemplo.
Aos sacerdotes fazia tão profunda veneração que passava a ser obediência. A um criado seu de muita distinção, que havia tomado o hábito da nossa Ordem, assim que o viu professo e feito sacerdote, começou a respeitá lo em tal forma que a todos causava admiração.
Com o hábito religioso adquiriu o irmão Nuno muitos hábitos de mortificação. O sangue que lhe corria do corpo, quando com ásperos flagelos o lastimava, também lhe diminuia os alentos: mas ainda desta fraqueza tirava forças para, com pasmosa admiração dos Companheiros, continuar em semelhantes exercícios até ao último prejuízo da vida, que em desempenho do ardentíssimo desejo que teve de a sacrificar a Deus, sempre reconheceu como trabalho, e estimou a morte como lucro.
Depois de religioso, foi o servo de Deus mais admirável nos exercícios da caridade. Não se contentava com distribuir as esmolas pelo seu pagador, como no século fazia; mas pelas próprias mãos, na portaria deste convento, remediava a cada um a sua necessidade.
Não menos caritativo era para com o seu próximo nas ocasiões que se lhe ofereciam de lhe acudir nas enfermidades. Assistia aos pobres nas doenças, não só com os alimentos necessários, mas com os regalos administrados por suas próprias mãos.
Velava noites inteiras por não faltar com a assistência aos que nas doenças perigavam.
Continuando o Venerável Nuno de Santa Maria as asperezas da vida, sem nunca afrouxar dos seus primeiros fervores, chegou ao ano de 1431 tão destituído de forças, que no corpo apenas conservava alguns alentos para poder mover se.
Entrando enfim na última agonia, rogou que, para consolação do seu espírito, lhe lessem a Paixão de Cristo escrita pelo evangelista São João; logo que chegou à cláusula do Evangelho onde o mesmo Cristo, falando com sua Mãe Santíssima a respeito do amado discípulo, lhe diz: Eis o vosso filho, deu ele o último suspiro e entregou sua ditosa alma ao mesmo Senhor que a criara.
(Tom I, cap. XV-XVIII: Lisboa 1745, pp. 422-425. 429-431. 438. 440-441. 454. 459).

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

monsenhor
João Luís de Carvalho
presbítero da Arquidiocese de Évora
Datas importantes da sua vida
1.Junho.1909 - Nascimento em Figueiredo (Sertã)
?.Setembro.1925 - Chegada à arquidiocese de Évora. Entrada no Seminário Menor de São José de Vila Viçosa.
19.Novembro.1929 - Partida para Roma a fim de frequentar a Pontifícia Universidade Gregoriana, doutorando-se em Filosofia e licenciando-se em Teologia.
28.Outubro.1934 - Ordenação de presbítero, na Capela do Colégio Inglês, em Roma.
29.Outubro.1934 - Celebração da sua Missa Nova, na Igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma.
12.Setembro.1935 - É nomeado Prefeito e Professor do Seminário Maior de Nossa Senhora da Purificação de Évora.
2.Abril.1937 - Nomeado cónego da Sé Metropolitana de Évora.
3.Abril.1937 - Nomeado Vice-reitor de Seminário Maior de Nossa Senhora da Purificação de Évora.
24.Outubro.1938 - Nomeado Pároco da freguesia da Sé e comunidades rurais periféricas. Assistente dos Organismos da Acção Católica e da Junta Diocesana.
?.?.1948 - Funda a Casa de Santa Zita, em Évora. A doença agrava-se.
21.Outubro.1951 - Despede-se dos seus paroquianos da freguesia da Sé.
28.Outubro.1951 - Dá entrada como pároco na freguesia de São Mamede e recebe o título de Prelado Doméstico de Sua Santidade - Monsenhor - como prenda do seu 17º aniversário de ordenação sacerdotal.
?.Fevereiro.1954 -Funcionamento da Obra de São José na casa da Rua das Fontes, nº 3. Começa a sofrer de diabetes.
22.Setembro.1957 - Funda a Obra de São José Operário a qual entra em funcionamento na Rua de São Mamede, nº 20, em Évora. Elabora os primeiros Estatutos da Obra.
19.Março.1958 - Aprovação dos primeiros Estatutos da Obra de São José. Funda o Cenáculo das Cooperadoras Apostólicas e elabora os primeiros Estatutos.
21.Maio.1961 - Aprovação dos primeiros Estatutos do Cenáculo e erecção canónica como Pia União.
1.Maio.1967 - Operação à próstata, no Hospital de Jesus, em Lisboa. Sofrimento intenso.
1978/1979 - Orienta as obras de restauro a ampliação da zona infantil e da Terceira Idade, na Rua das Fontes em Évora.
1.Maio.1980 - Anima a inauguração da zona infantil da Casa.
?.?1982 - Despede-se dos paroquianos de São Mamede, devido ao agravamento do seu estado de saúde.
8.Dezembro.1984 - Sobrevem-lhe um bloqueio cardíaco. às portas da morte...
1982-1986 - Paroqueou temporáriamente a freguesia de Nossa Senhora de Machede onde viria a fundar uma Casa da Obra de São José Operário.
12.Maio.1990 - Presente na inauguração do Centro de Montoito.
16.Março.1991 - Benção da casa de São José, em Nossa Senhora de Machede, por D. Maurílio de Gouveia. O monsenhor esteve presente.
27.Junho.1991 - Submeteu-se a um TAC. Começou da sua última via dolorosa...
16.Novembro.1991 - Adormeceu serenamente, no Senhor.