Um dia, Madre Isabel pronunciou esta frase, que nos deixou em herança: «Fiz-me pobre para privilegiar os pobres». Nesta expressão ficou expresso e encarnado o pensamento de Cristo, que o Evangelista Mateus reproduziu, e faz o título desta reflexão. De facto, assim como não é possível servir a dois senhores, ou seja, a Deus e a tudo o mais que nos possa impedir de O servir, assim também não é possível sentir e viver os problemas dos pobres, se não vivermos como pobres. Para podermos privilegiar os pobres, de entre todos os seres humanos que amamos e servimos, e sabermos o que significa, verdadeiramente, viver em pobreza, precisamos de a sentir e fazer nossa, no nosso quotidiano pessoal.
A pobreza, porém, não é um objectivo a alcançar, por si mesma. Ela tem uma importância enorme, como caminho para o amor fraterno. A propósito, o Autor dos Provérbios deixou-nos este lindo pensamento: «Mais vale um prato de legumes, com amor, do que um vitelo gordo com ódio» (Pr.15,17). Não é, de facto, por muito possuirmos que somos felizes, embora saibamos que «para o pobre, todos os dias são maus» (Pr.15,15). E estas duas coisas têm de estar presentes em nossa vida: não nos afeiçoarmos aos bens deste mundo; e viver, em total empatia com quem não tem o necessário para ter uma vida digna. Daí a necessidade de nos fazermos pobres e de privilegiarmos os pobres na nossa acção. Para podermos aproximar-nos eficazmente dos pobres, não podemos ter uma vida muito diferente da deles. Os pobres precisam de captar o nosso amor através do nosso testemunho de vida desprendida dos bens deste mundo, a fim de poderem receber de nós o exemplo de quem acredita que a maior riqueza não vem da posse dos bens, mas do único Bem que é Cristo, e do amor com que Ele nos ama.
Nestes tempos, em que vivemos, não faltam casos de miséria e de verdadeira necessidade que se cruzam, nos caminhos da vida, com pessoas que mais pensam em si e nas suas comodidades e bem-estar, do que nas carências dos que não têm um mínimo indispensável para viver com alguma dignidade. Há situações gritantes que clamam mais justiça e mais amor. Precisamos, hoje, de pobres, que privilegiem os pobres!
O exemplo da Madre Isabel pode e deve ser um estímulo para aqueles que querem seguir, de perto, a Jesus Cristo que se fez pobre com a nossa pobreza para nos enriquecer com a sua riqueza. Somos todos chamados a partilhar com os irmãos a riqueza de Cristo que é o amor. O que nos há-de levar a essa partilha será sempre o amor. Mas o melhor modo de amar passa pelo exemplo de vida, que tem uma forma privilegiada de se exprimir: ser pobres, livremente, e por virtude, para aliviar a pobreza daqueles junto dos quais exercemos a nossa acção e que muitas vezes, são pobres por força das circunstâncias sociais e culturais.A pobreza, porém, não é um objectivo a alcançar, por si mesma. Ela tem uma importância enorme, como caminho para o amor fraterno. A propósito, o Autor dos Provérbios deixou-nos este lindo pensamento: «Mais vale um prato de legumes, com amor, do que um vitelo gordo com ódio» (Pr.15,17). Não é, de facto, por muito possuirmos que somos felizes, embora saibamos que «para o pobre, todos os dias são maus» (Pr.15,15). E estas duas coisas têm de estar presentes em nossa vida: não nos afeiçoarmos aos bens deste mundo; e viver, em total empatia com quem não tem o necessário para ter uma vida digna. Daí a necessidade de nos fazermos pobres e de privilegiarmos os pobres na nossa acção. Para podermos aproximar-nos eficazmente dos pobres, não podemos ter uma vida muito diferente da deles. Os pobres precisam de captar o nosso amor através do nosso testemunho de vida desprendida dos bens deste mundo, a fim de poderem receber de nós o exemplo de quem acredita que a maior riqueza não vem da posse dos bens, mas do único Bem que é Cristo, e do amor com que Ele nos ama.
Nestes tempos, em que vivemos, não faltam casos de miséria e de verdadeira necessidade que se cruzam, nos caminhos da vida, com pessoas que mais pensam em si e nas suas comodidades e bem-estar, do que nas carências dos que não têm um mínimo indispensável para viver com alguma dignidade. Há situações gritantes que clamam mais justiça e mais amor. Precisamos, hoje, de pobres, que privilegiem os pobres!
+ Manuel Madureira
bispo emérito do Algarve
bispo emérito do Algarve
in «SEARA DOS POBRES», nº 57 - Janeiro/Fevereiro/Março - ano 2011
2 comentários:
Entrei no vosso blogue , por talvez intermédio , das irmãs , do Caramelo. Eu sou muito sincera, quando se entra num blogue, acho que o seguidor, deve dizer ao dono, do dito blogue , por quem veio. Gostei imenso dele, está feito, com muita , vontade de amar a Jesus Cristo, se bem; que , para amar a Jesus Cristo, não é preciso, entrada em blogues, mas sim; compartilhar via net os mesmos momentos , que os restantes. Coloquei a minha apreciação, a todas as postagens, mas o que disse mais foi: (Não podeis servir a Deus e ao dinheiro), sabeis , também sou da mesma opinião, não podemos ver o dinheiro como o nosso senhor , mas sim vê-lo para necessidades importantes da nossa vida.
Desejo ,ao prior de Borga as maiores felicidades, no seu prezado blogue .
A Paz com seu Espírito
Caríssima Cândida,
muito, muito obrigado pela visita ao blog e pelo seu comentário. Poder partilhar o que vou descobrindo destes extraordinários homens e mulheres que, antes de mim, viveram nos mesmos lugares, sentiram os mesmos cheiros, contemplaram as mesmas e fantásticas paisagens alentejanas... é um privilégio. A sua experiência, a sua sede, sua procura de Deus, podem ajudar-me, podem ajudar-nos neste "Divina Aventura" de procurar Deus e de nos identificarmos e assumirmos como nossa a Sua Vontade. Que como eles e com a sua ajuda possamos dizer, imitando São Paulo: "Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim".
P. Marcelino Caldeira (pároco de Borba e Orada)
Enviar um comentário